Prejudicado por fatores como o ambiente econômico e o nível educacional, o Brasil ficou na última colocação no mais recente levantamento sobre competitividade industrial realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo, antecipado ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), analisou o desempenho do Brasil em comparação com outros 17 países que disputam espaço com ele no mercado global, levando em conta oito eixos que influenciam a performance das indústrias no mundo.
Os três pontos que mais influenciaram negativamente o desempenho brasileiro foram: Ambiente Econômico, Desenvolvimento Humano e Trabalho, e Educação. Em todos esses quesitos, o Brasil também ocupou a última posição. No primeiro item, destaca-se o alto custo de financiamento no país, um obstáculo histórico para o setor industrial. Atualmente, a elevada taxa Selic, fixada em 14,25% ao ano, agrava ainda mais essa situação.
Nesse contexto, representantes do setor veem com bons olhos o lançamento da Nova Indústria Brasil (NIB), iniciativa do governo que inclui uma linha de crédito comandada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No entanto, segundo Fabrício Silveira, superintendente de Política Industrial da CNI, será necessário mais tempo para que os efeitos da NIB sejam refletidos no ranking. Ele classifica a nova política como um “avanço significativo”, ressaltando que ela foi ampliada desde seu lançamento, há cerca de um ano. Os recursos previstos para financiamento passaram de R$ 300 bilhões para R$ 507 bilhões até 2026.
“Estamos falando de medidas que promovem mudanças técnicas e tecnológicas em determinados setores. São políticas que incentivam, por exemplo, a capacitação de trabalhadores. No cenário internacional, políticas industriais costumam levar entre cinco e dez anos para apresentar resultados concretos”, afirma Silveira, defendendo que a política se torne permanente como diretriz de Estado.