Segundo o relatório, o governo tem usado fundos privados e entidades para financiar políticas públicas fora do Orçamento Geral da União, o que, para os auditores, configura uma tentativa clara de escapar do controle legislativo e contábil. Outro ponto crítico é a concessão de crédito com recursos públicos sem o devido controle orçamentário e o não recolhimento de receitas à Conta Única do Tesouro Nacional, o que dificulta a rastreabilidade e a transparência dos gastos.
Os técnicos do TCU foram diretos: essas práticas ferem os princípios constitucionais da legalidade, da transparência e da responsabilidade fiscal. Mais do que isso, abrem espaço para desequilíbrio macroeconômico e desconfiança dos agentes de mercado.
O relatório alerta para as consequências imediatas dessas manobras: aumento do risco fiscal, pressão sobre a política monetária, elevação das taxas de juros, desvalorização do real, aceleração da inflação e fuga de capitais. Na visão dos auditores, essas ações comprometem diretamente a credibilidade da política econômica e limitam a eficácia do Banco Central no controle inflacionário.