Durante uma reunião com autoridades dos Estados Unidos nesta terça-feira (6), em Brasília, o governo Lula decidiu a proposta americana de classificar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas. A sugestão partiu de David Gamble, chefe interino da coordenação de avaliações do Departamento de Estado norte-americano.
Segundo os representantes dos EUA, considerariam oficialmente essas facções como grupos terroristas que permitiriam a aplicação de avaliações mais severas, além de facilitar medidas penais mais rigorosas contra membros dessas organizações. Dados do FBI indicam que ambos já operam em pelo menos 12 estados americanos, com destaque para Nova York, Flórida, Nova Jersey, Massachusetts, Connecticut e Tennessee — principalmente em ações de lavagem de dinheiro.
Ainda conforme os americanos, 113 brasileiros tiveram seus vistos negados após serem identificados com vínculos às facções. A proposta de enquadramento como terrorismo está alinhada à política da nova gestão Trump, que defende medidas mais duras contra o narcotráfico e a imigração ilegal, reforçando o controle de fronteiras.
Apesar das evidências apresentadas, o governo brasileiro manteve sua posição. Representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, da Justiça e Segurança Pública e da Polícia Federal alegaram que a atual Lei Antiterrorismo (13.260/2016) não permite classificar facções como terroristas sem motivação ideológica, política ou religiosa.