Quando um escândalo envolvendo o governo vem à tona, convém não ficar desesperado: logo deve surgir outro pior. No dia 23 de abril, por exemplo, soube-se que R$ 6,3 bilhões haviam sido desviados dos bolsos de aposentados e pensionistas. Nesta semana, descobriu-se que o valor movimentado pode ter chegado a R$ 90 bilhões. O Brasil de hoje é “um ladroestado dirigido por malfeitores”, resume J.R. Guzzo no artigo de capa desta edição, que está aberto para sua leitura integral.
Neste país do avesso, o ministro da Previdência foi demitido do cargo “com uma semana de atraso”, observa Silvio Navarro. Era pouco: em seu lugar entrou Wolney Queiroz. O novo ministro já tinha se reunido com as entidades que comandavam esse esquema criminoso. Quando deputado, foi ele o autor de uma proposta que adiou a necessidade de revalidar anualmente os descontos na folha de pagamento do INSS. A troca do péssimo pelo horrível confirma o que diz Augusto Nunes em sua coluna: o Ministério de Lula é o pior de todos os tempos, afirmativas constantes da mesma edição da Oeste.
Em menos de 24 horas após sua designação para substituir Lupi na Previdência Social, o deputado Sóstenes Cavalcante protocolou um pedido formal à Procuradoria-Geral da República pedindo o afastamento do novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz. Sóstenes também requereu a abertura de investigação por suposta omissão diante das denúncias sobre o esquema bilionário de descontos irregulares em aposentadorias do INSS.
No documento enviado à PGR, o deputado Sóstenes afirmou que “Wolney Queiroz, participou ativamente de reuniões no ano de 2023 nas quais foram apresentados relatórios técnicos detalhados e alertas inequívocos sobre a existência de um esquema fraudulento de proporções bilionárias no âmbito do INSS”.
“Wolney Queiroz quedou-se inerte, abstendo-se de adotar qualquer medida administrativa eficaz para a imediata cessação das fraudes, a responsabilização dos envolvidos e a comunicação aos órgãos de controle competentes”, justificou Sóstenes.
Ainda no pedido enviado à PGR, Sóstenes afirmou que “a omissão deliberada, por parte de um agente público com poder decisório e o dever de agir, revela, prima facie, conduta dolosa e negligência grave no cumprimento de suas atribuições ou ainda o que levanta indícios de conivência institucional e desvio de finalidade. O líder argumentou que a nomeação de Wolney Queiroz “não apenas fragiliza a necessária apuração isenta dos fatos, mas também configura um atentado aos princípios da moralidade e da probidade administrativa”.
A toda essa desordem, Guzzo a denominou de "Morte clínica em Brasilia", resultado de um golpe de Estado dado em 2022 pelo STF junto com as facções da esquerda, mas a partir disso não formou um governo.